Ao meu morto querido
Na cidade de Assis, "il Poverello"
Santo, três vezes santo, andou pregando
Que o Sol, a Terra, a flor, o rocio brando,
Da pobreza o tristíssimo flagelo,
Tudo quanto há de vil, quanto há de belo,
Tudo era nosso irmão! - E assim sonhando,
Pelas estradas da Umbria foi forjando
Da cadeia do amor o maior elo!
"Olha o nosso irmão Sol, nossa irmã Água..."
Ah! Poverello! Em mim, essa lição
Perdeu-se como vela e mar de mágoa
Batida por furiosos vendavais!
- Eu fui na vida a irmã de um só Irmão,
E já não sou a irmã de ninguém mais!