Sinto nas narinas a aridez do campo
e na alma a solidão
das almas inda puras.
Ouço o grito plangente das aves
palmilhando a palha seca
e a agonia muda dos seres já perdidos
aguardando, inocentes,
o marco cruel da extinção.
E me pergunto:
O que faço aqui?
Vim destinado para ver o fim?
Ou apenas cruzo,
de raspão, pela eternidade,
sem qualquer motivo?
Sendo nada além do que
um passante distraído,
que nada mais tem a fazer,
senão orar e pedir perdão
pela inutilidade de viver.