Nada além

Alcione Sortica

Sinto nas narinas a aridez do campo e na alma a solidão das almas inda puras. Ouço o grito plangente das aves palmilhando a palha seca e a agonia muda dos seres já perdidos aguardando, inocentes, o marco cruel da extinção. E me pergunto: O que faço aqui? Vim destinado para ver o fim? Ou apenas cruzo, de raspão, pela eternidade, sem qualquer motivo? Sendo nada além do que um passante distraído, que nada mais tem a fazer, senão orar e pedir perdão pela inutilidade de viver.