O lupanar

Augusto dos Anjos

Ah! Por que monstruosíssimo motivo Prenderam para sempre, nesta rede, Dentro do ângulo diedro da parede, A alma do homem polígamo e lascivo?! Este lugar, moços do mundo, vêde: É o grande bebedouro colectivo, Onde os bandalhos, como um gado vivo, Todas as noites, vêm matar a sede! É o afrodístico leito do hetairismo, A antecâmara lúbrica do abismo, Em que é mister que o gênero humano entre, Quando a promiscuidade aterradora Matar a última força geradora E comer o último óvulo do ventre!