Sonho de um monista

Augusto dos Anjos

Eu e o esqueleto esquálido de Esquilo Viajávamos, com uma ânsia sibarita, Por toda a pró-dinâmica infinita, Na consciência de um zoófito tranqüilo. A verdade espantosa de Protilo Me aterrava, mas dentro da alma aflita Via Deus - essa mônada esquisita - Coordenando e animando tudo aquilo! E eu bendizia, com o esqueleto ao lado, Na guturalidade do meu brado, Alheio ao velho cálculo dos dias, Como um pagão no altar de Proserpina, A energia intracósmica divina Que é o pai e é a mãe das outras energias!