Janela antiga sobre a rua plana...
Ilumina-a o luar com o seu claráo...
Dantes, a descansar de luta insana,
Fui, talvez, flor no poético balcáo...
Dantes! Da minha glória altiva e ufana,
Talvez... Quem sabe?... Tonto de ilusáo,
Meu rude corapáo de alentejana
Me palpitasse ao luar nesse balcáo...
Mística dona, em outras Primaveras,
Em refulgentes horas de outras eras,
Vi passar o cortejo ao sol doirado...
Bandeiras! Pajens! O pendáo real!
E na tua máo, vermelha, triunfal,
Minha divisa: um coraçâo chagado!...