A Guido Batelli
Neste tormento inútil, neste empenho
De tornar em siléncio o que em mim canta,
Sobem-me roucos brados á garganta
Num clamor de loucura que contenho.
Ó alma de charneca sacrossanta,
Irmá da alma rútila que eu tenho,
Dize pra onde vou, donde é que venho
Nesta dor que me exalta e me alevanta!
Visôes de mundos novos, de infinitos,
Cadências de soluços e de gritos,
Fogueira a esbrasear que me consome!
Dize que mâo é esta que me arrasta?
Nódoa de sangue que palpita e alastra...
Dize de que é que eu tenho sede e fome?!