Um sonho alado que nasceu num instante,
Erguido ao alto em horas de deméncia...
Gotas de água que tombam em cadéncia
Na minh"alma tristíssima, distante...
Onde está ele o Desejado? O Infante?
O que há de vir e amar-me em doida ardéncia?
O das horas de mágoa e peniténcia?
O Príncipe Encantado? O Eleito? O Amante?
E neste sonho eu já nem sei quem sou...
O brando marulhar dum longo beijo
Que nao chegou a dar-se e que passou...
Um fogo-fátuo rútilo, talvez...
E eu ando a procurar-te e já te vejo!...
E tu já me encontraste e nao me vés!...