XXXII

Hilda Hilst

Por que me fiz poeta? Porque tu, morte, minha irmã, No instante, no centro De tudo o que vejo. No mais que perfeito No veio, no gozo Colada entre eu e o outro. No fosso No nó de um íntimo laço No hausto No fogo, na minha hora fria. Me fiz poeta Porque à minha volta Na humana ideia de um deus que não conheço A ti, morte, minha irmã, Te vejo.