Quando me perco de novo neste antigo Caderno de capa preta de oleado Que um dia rasguei com fúria e desespero E que um amigo recolou com amor e paciência De novo se ergue em minha frente a clara Parede cal do quarto matinal Virado para o mar e onde o poente Se afogueava denso e transparente E a sonâmbula noite se azulava Ali o tempo vivido foi tão vivo Que sempre à própria morte sobrevive E cada dia julgo que regressa Seu esplendor de fruto e de promessa.