Maria Natália Teotónio Pereira

Sophia de Mello Breyner Andresen

Aquela que tanto amou O sol e o vento da canção Agora jaz no silêncio terrestre Oculta na ressurreição Porque em seu viver nascia Porque estando era procura Sua imagem permanece Não passada mas futura Sempre que rio e confio E passo além do meu pranto A sua presença irrompe Erguida em nós como canto Aquela que agora jaz Como semente no chão Ergue no vento seu riso Transpõe a destruição