Ouve: Como tudo é tranquilo e dorme liso. Claras as paredes, o chão brilha, E pintados no vidro da janela, O céu, um campo verde, duas árvores. Fecha os olhos e dorme no mais fundo De tudo quanto nunca floresceu. Não toques nada, não olhes, não te lembres. Qualquer passo Faz estalar as mobílias aquecidas Por tantos dias de sol inúteis e compridos. Não te lembres, nem esperes, Não estás no interior dum fruto: Aqui o tempo e o sol nada amadurecem.