Tapas os caminhos que vão dar a casa Cobres os vidros das janelas Recolhes os cães para a cozinha Soltas os lobos que saltam as cancelas Pões guardas atentos espiando no jardim Madrastas nas histórias inventadas Anjos do mal voando sem ter fim Destróis todas as pistas que nos salvam Depois secas a água e deitas fora o pão Tiras a esperança Rejeitas a matriz E quando já só restam os sinais Convocas devagar os vendavais Se tanto me dói que as coisas passem É porque cada instante em mim foi vivo Na busca de um bem definitivo Em que as coisas de Amor se eternizassem