Rio de Janeiro Vós os vereis surgir da aurora mansa  Firmes na marcha e uníssonos no brado  Os heróicos demônios da vingança  Que vos perseguem desde Stalingrado.  As mãos queimadas do fuzil candente  As vestes podres de granizo e lama  Vós os vereis surgir subitamente  Aos heróicos prosélitos do Drama.  De início mancha tateante e informe  Crescendo às sombras da manhã exangue  Logo o vereis se erguer, o Russo enorme  Sob um sol rubro como um punho em sangue.  E ao seu avanço há de ruir a Porta  De Brandemburgo, e hão de calar os cães  E então hás de escutar, Cidade Morta  O silêncio das vozes alemãs.   Rio de Janeiro, 1945.