Quando me ergui ela dormia, nua…

Vinicius de Moraes

Oxford Quando me ergui ela dormia, nua  E sorria, em seu sono desmaiada  Tinha a face longínqua e iluminada  E alto, seu sexo sugava a Lua.  Toquei-a, ela fremiu, gemeu, na sua  Doce fala, e bateu a mão alçada  No ar, e foi deixá-la de guardada  Sob a nádega fria, forte e crua  Tão louca a minha amiga, linda e louca  Minha amiga, em seu branco devaneio  De mim, eu de amor pouco e vida pouca  Mas que tinha deixado sem receio  Um segredo de carne em sua boca  E uma gota de leite no seu seio.