Montevidéu
Sua ausência... a asa
Roça-me, do pranto...
Por ela, em meu canto
Chorei tanto, tanto...
- Não é mesmo, Casa?
Que inútil tristeza
A vida sem ela...
Lembra que beleza
Vê-la entrar na sala...
- Não é mesmo, Mesa?
E o tédio, o descaso
Sempre que ela parte...
E as rosas, e os cravos
Dispostos com arte...
- Não é mesmo, Vaso?
Não, que esta seja
A vez derradeira...
Ela é ou não é
Minha companheira?...
- Não é mesmo, Cadeira?
Porque ela me ama
E eu a amo muito...
E gente que se ama
Tem que dormir junto...
- Não é mesmo, Cama?