A exaustão faminta
Procura elementos ainda vivos no meu ser
Talvez guardados em escuros vácuos
Que carrego sem saber.
Alimenta-se do sopro das imagens
Desenhadas pela minha imaginação
Pelo tato dos meus sentimentos,
Pelo pânico do desconhecido.
Aparece como febre constante dilatando as minhas carnes
Descoloridas e sem sabor de vida.
A exaustão sobre pelos meus pés,
Cobre os meus gestos incipientes,
Prende a minha língua,
Suga o meu cérebro, ninho de aranhas em fogo,
Pousa no meu cabelo como morcego.
Exaustão que funga o ar, que saqueia o meu silêncio,
Último repouso nos meus vácuos devassados.