O açude é um enorme espelho,
prata pura,
emoldurado pelo pampa.
A névoa cai no campo,
vai envolvendo a alma,
e aprofundando a minha soledade.
Olhar na lua, peneiro tristezas.
As pequenas se espalham no breu da noite,
transmutadas em vagalumes.
As grandes ficam presas na rede da saudade.
E, quem sabe,
para mitigar a minha solidão,
o Velho Patrão vai peneirando estrelas,
que riscam o quadro-negro do universo,
deixando-as cair,
estrelas cadentes,
traços dourados de giz na imensidão.