Estella e Nize

Alvarenga Peixoto

Eu vi a linda Estella, e namorado Fiz logo eterno voto de querêl-a; Mas vi depois a Nize, e é tão bella, Que merece igualmente o meu cuidado. A qual escolherei, se n’este estado Não posso distinguir Nize d’Estella? Se Nize vir aqui, morro por ella; Se Estella agora vir, fico abrasado. Mas, ah! que aquella me despreza amante, Pois sabe que estou preso em outros braços, E esta não me quer por inconstante. Vem, Cupido, soltar-me d’estes laços, Ou faz de dous semblantes um semblante, Ou divide o meu peito em dous pedaços!