A Noite passa, noivando. Caem ondas de luar. Lá passa a doida cantando Num suspiro doce e brando Que mais parece chorar! Dizem que foi pela morte D"alguém, que muito lhe quis, Que endoideceu. Triste sorte! Que dor tão triste e tão forte! Como um doido é infeliz! Desde que ela endoideceu, (Que triste vida, que mágoa!) Pobrezinha, olhando o céu, Chama o noivo que morreu, Com os olhos rasos d'água! E a noite passa, noivando. Passa noivando o luar: "Num suspiro doce e brando, Pobre doida vai cantando Que esse teu canto, é chorar!"