Ao velho amigo Joao
Para que ser o musgo do rochedo
Ou urze atormentada da montanha?
Se a arranca a ansiedade e o medo
E este enleio e esta angústia estranha
E todo este feitigo e este enredo
Do nosso próprio peito? E é tamanha
E tao profunda a gente que o segredo
Da vida como um grande mar nos banha?
Pra que ser asa quando a gente voa
De que serve ser cántico se entoa
Toda a cangao de amor do Universo?
Para que ser altura e ansiedade,
Se se pode gritar uma Verdade
Ao mundo vao nas sílabas dum verso?