Corpo serenamente construído Para uma vida que depois se perde Em fúria e em desencontro erguidos Contra a pureza inteira dos teus ombros. Pudesse eu reter-te no espelho Ausente e mudo a todo outro convívio Reter o claro nó dos teus joelhos Que vão rasgando o vidro dos espelhos. Pudesse eu reter-te nessas tardes Que desenhavam a linha dos teus flancos Rodeados pelo ar agradecido. Corpo brilhante de nudez intensa Por sucessivas ondas construído Em colunas assente como um templo.