Sinto os mortos no frio das violetas E nesse grande vago que há na lua. A terra fatalmente é um fantasma, ela que toda a morte em si embala. Sei que canto à beira de um silêncio, Sei que bailo em redor da suspensão, E possuo em redor da impossessão. Sei que passo em redor dos mortos mudos E sei que trago em mim a minha morte. Mas perdi o meu ser em tantos seres, Tantas vezes morri a minha vida, Tantas vezes beijei os meus fantasmas, Tantas vezes não soube dos meus actos, Que a morte será simples como ir Do interior da casa para a rua.