Deram-me fogo ao gesto terno…

Vinicius de Moraes

Oxford Deram-me fogo ao gesto terno  Com que a matei de simpatia  Ao descrever-lhe o santo inferno        Do seu riso no dia.  Diria como eu me disse: - Vai  Ao velho adro ao pé do monte  E com tuas meigas mãos de pai        Faz jorrar essa fonte.  - Não! - ouvi eu a voz de um monge  Clamando viva em meu deserto.  Olha que a fonte fica longe        E o teu desejo perto.  E ao sol das doze em Ouro Preto  A minha jovem normalista  De pele branca e trança preta        Sumiu da minha vista.