Soneto no sessentenário de Rafael Alberti

Vinicius de Moraes

A luminosa lágrima que verte Hoje de ti saudosa a tua Espanha Quero bebê-la em forma de champanha Na mesma taça em que bebeste, Alberti. E brindaremos para que desperte Num ímpeto feroz de touro em sanha Sedenta de viver a tua Espanha Que um mau toureiro derrotou inerte.   Beberemos, irmão, por que bem haja Teu povo malferido, e que reaja E do encontro final, rútilo e forte Reste na arena o touro sobranceiro E pela arena, o sangue do toureiro Conte que a vida renasceu da morte. Petrópolis, 10/12/1962