Elixir do Pajé

Bernardo Guimarães

Feliz caralho meu, exulta, exulta! Tu que aos conos fizeste guerra viva, e nas guerras de amor criaste calos, eleva a fronte altiva; em triunfo sacode hoje os badalos; alimpa esse bolor, lava essa cara, que a Deusa dos amores, já pródiga em favores hoje novos triunfos te prepara, graças ao santo elixir que herdei do pajé bandalho, vai hoje ficar em pé o meu cansado caralho! Vinde, ó putas e donzelas, vinde abrir as vossas pernas ao meu tremendo marzapo, que a todas, feias ou belas, com caralhadas eternas porei as cricas em trapo... Graças ao santo elixir que herdei do pajé bandalho, vai hoje ficar em pé o meu cansado caralho! Sus, caralho! Este elixir ao combate hoje te chama e de novo ardor te inflama para as campanhas do amor! Não mais ficarás à-toa, nesta indolência tamanha, criando teias de aranha, cobrindo-te de bolor... Este elixir milagroso, o maior mimo da terra, em uma só gota encerra quinze dias de tesão... Do macróbio centenário ao esquecido marzapo, que já mole como um trapo, nas pernas balança em vão, dá tal força e valentia que só com uma estocada põe a porta escancarada do mais rebelde cabaço, e pode um cento de fêmeas foder de fio a pavio, sem nunca sentir cansaço... Eu te adoro, água divina, santo elixir da tesão, eu te dou meu coração, eu te entrego a minha porra! Faze que ela, sempre tesa, e em tesão sempre crescendo, sem cessar viva fodendo, até que fodendo morra! Sim, faze que este caralho, por tua santa influência, a todos vença em potência, e, com gloriosos abonos, seja logo proclamado vencedor de cem mil conos... E seja em todas as rodas d'hoje em diante respeitado como herói de cem mil fodas, por seus heróicos trabalhos, eleito — rei dos caralhos!