Marília

Raimundo Correia

Ó Marília! Ó Dirceu! Eram dois ninhos Os vossos corações, ninhos de flores; Mas, entre os quais, sentíeis os rigores Lacerantes de incógnitos espinhos; Tremiam, como em flácidos arminhos, Promiscuamente, neles os amores, As saudades, os cânticos, as dores, Como uma multidão de passarinhos... O sulco profundíssimo que traça Nos corações amantes a desgraça, Ambos nos corações traçados vistes, Quando os vossos olhares, no momento, Cruzaram-se, do negro afastamento, Marejados de lágrimas e tristes...