O Vinho de Hebe

Raimundo Correia

Quando do Olimpo nos festins surgia Hebe risonha, os deuses majestosos Os copos estendiam-lhe, ruidosos, E ela, passando, os copos lhes enchia... A Mocidade, assim, na rubra orgia Da vida, alegre e pródiga de gozos, Passa por nós, e nós também, sequiosos, Nossa taça estendemos-lhe, vazia... E o vinho do prazer em nossa taça Verte-nos ela, verte-nos e passa... Passa, e não torna atrás o seu caminho. Nós chamamo-la em vão; em nossos lábios Restam apenas tímidos ressábios, Como recordações daquele vinho.