Como uma flor vermelha

Sophia de Mello Breyner Andresen

À sua passagem a noite é vermelha, E a vida que temos parece Exausta, inútil, alheia. Ninguém sabe onde vai nem donde vem, Mas o eco dos seus passos Enche o ar de caminhos e de espaços E acorda as ruas mortas. Então o mistério das coisas estremece E o desconhecido cresce Como uma flor vermelha.