Cheiro de Espádua

Alberto de Oliveira

“Quando a valsa acabou, veio à janela, Sentou-se. O leque abriu. Sorria e arfava, Eu, viração da noite, a essa hora entrava E estaquei, vendo-a decotada e bela. Eram os ombros, era a espádua, aquela Carne rosada um mimo! A arder na lava De improvisa paixão, eu, que a beijava, Hauri sequiosa toda a essência dela! Deixei-a, porque a vi mais tarde, oh! ciúme! Sair velada da mantilha. A esteira Sigo, até que a perdi, de seu perfume. E agora, que se foi, lembrando-a ainda, Sinto que à luz do luar nas folhas, cheira Este ar da noite àquela espádua linda!”