O amor e a morte

Ariano Suassuna

Sobre essa estrada ilumineira e parda dorme o Lajedo ao sol, como uma Cobra. Tua nudez na minha se desdobra — ó Corça branca, ó ruivo Leoparda. O Anjo sopra a corneta e se retarda: seu Cinzel corta a pedra e o Porco sobra. Ao toque do Divino, o bronze dobra, enquanto assolo os peitos da javarda. Vê: um dia, a bigorna desses Paços cortará, no martelo de seus aços, e o sangue, hão de abrasá-lo os inimigos. E a Morte, em trajos pretos e amarelos, brandirá, contra nós, doidos Cutelos e as Asas rubras dos Dragões antigos.