(No dia do seu aniversário)
SENHORA, eu vos dou versos, porque apanho
Das flores dahna um ramalhete agreste
E são versos a flora perfumada,
Que de meu seio a solidão reveste.
E vós que amais a parasita ardente,
Que abre como um suspiro em pleno maio,
E o aroma que anima o cálix rubro
— Talvez de uma alma perfumoso ensaio,
E esse vago tremer de níveas pétalas,
Que faz das flores meias borboletas,
O escarlate das malvas presumidas,
A modéstia infantil das violetas,
E essa linguagem transparente e meiga
Que a natureza fala nas campinas
Pelas vozes das brisas suspirosas,
Pela boca rosada das boninas ...
Hoje, na vossa festa, em vosso dia,
Em meio aos vossas íntimos amores...
Juntai aos ramalhetes estes versas,
Pois versas de afeição... também são flores!