Fados Contrários

Castro Alves

A José Jorge. NUM ÁLBUM DIZ À FLOR a borboleta: "Vamos, irmã, tudo é luz! Há muito prisma doirado Que pelos ares transluz... Tuas pétalas são asas... Das nuvens nas tênues gazas, Daurora nos seios nus Tens um ninho entre perfumes... Vamos boiar, entre lumes Desses páramos azúis". A linda filha dos ares, Responde a silvestre flor: "Eu amo o gemer das auras E o beijo do beija-flor... Se és do céu a violeta, Sigo um destino menor. Buscas o céu — eu a alfombra, Queres a luz — quero a sombra, Pedes glória — eu peço amor.