(Versos para o &bum de D. MAxiA
JOAQUINA DA SILVA Freire.)
MENINA e Moça! Há no volver das horas
Esta idade ideal e feiticeira;
É quando a estrela expira e rompe a aurora
Um prelúdio nos leques da palmeira.
Menina e Moça! Há no viver das flores
Este instante feliz... É quando a rosa,
Ao relento das noites perfumadas,
Abre o cálix, risonha e curiosa.
Menina e Moça! HÁ no passar dos anos
Esta estação de amor... quando nas veigas
Fazem-se em flor as folhas sussurrantes,
Beijam-se as pombas, arrulando meigas.
Menina e Moça! Há no sonhar da música
Som que esta idade festival exprime...
Quando a voz do piano espalha aos ermos
Os suspiros saudosas de Bellini.
Menina e Moça! Se a poesia esquece
Agora o tipo da criança bela,
Quem não te adora a límpida inocência,
O filha de Sorrento! Ó Graziela!
Menina e Moça I Castidade e pejo!
Crença, frescura, divinal anseio!
Por quem tu cismas? — Se pergunta à fronte.
Por quem palpitas? — Se pergunta ao seio.
Menina e Moça! É tão festivo o riso!
Chama dourada sobre os olhos brilha!
Como estalam os beijos das amigas
A donzela tem asas... de escumilha!
Menina e Moça! Como é doudo o baile!
Como são várias da existência as cenas!
Ama-se o canto — Se elas são as aves...
Ama-se a valsa. — Se elas são falenas ...
Menina e Moça! Adormecida garça
Que o ma,- na riba do ideal balouça...
O bardo canta na tormenta ao longe...
Sonha o teu sonho de - menina e moça!...