O Voluntário do Sertão

Castro Alves

(FRAGMENTO) ERA AO CAIR do sol no viso das montanhas! Era ao chegar da noite as legiões estranhas. . ., Ao farfalhar das sombras — a tribo sussurrante — Aves da escuridão que descem do levante. Do vale no turíbulo embala-se a neblina... Soam no bosque as harpas em trêmula surdina. Como nas mãos do padre, o monte que transluz No braço ergue o sol — hóstia imensa de luz. Ouve-se um desdobrar de telas e de véus... No espaço arma-se a noite —a tenda azul de Deus. Era ao cair do sol! Por íngreme caminho Em fundo refletir, a galopar sozinho, Eu subia de um cerro o cimo alcantilado Donde melhor se avista a aldeia... o campo... o prado. Ali a Pronta Aguda o espaço invade franca! Ergue-se calcinada ao longe a Pedra Branca. Lá vai monte após monte... o olhar vaga perdido Nessas ondas titães de um mar arrefecido ... Que outrora as sacudiu como bordas macedônicas Ao estridor das forças ignívomas, plutônicas, Quando ainda a lutar rebelde alçava um combro De um ciclone tombado a mão o braço o ombro!