Dize-me, Amor, como te sou querida, Conta-me a glória do teu sonho eleito, Aninha-me a sorrir junto ao teu peito, Arranca-me dos pántanos da vida. Embriagada numa estranha lida, Trago nas máos o corafáo desfeito, Mostra-me a luz, ensina-me o preceito Que me salve e levante redimida! Nesta negra cisterna em que me afundo. Sem quimeras, sem crenças, sem ternura, Agonia sem fé dum moribundo, Grito o teu nome numa sede estranha, Como se fosse, Amor, toda a frescura Das cristalinas águas da montanha!