Do seu fastígio azul, serena e fria, Desce a noite outonal, augusta e bela; Vésper fulgura além... Vésper! Só ela Todo o céu, doce e pálida, alumia. De um mosteiro na cúpula irradia Com frouxa luz... Em sua humilde cela, Contemplativa e lânguida à janela, Triste freira, fitando-a, se extasia... Vésper, envolta em deslumbrante alvura, Ó nuvens, que ides pelo espaço afora! A quem tão longo olhar volve da altura? Que olhar, irmão do seu, procura agora Na terra o astro do amor? O olhar procura Da solitária freira que o namora.