Hoje, noite de Abril, sem lua, A minha rua É outra rua. Talvez por ser mais que nenhuma escura E bailar o vento leste A noite de hoje veste As coisas conhecidas de aventura. Uma rua nova destruiu a rua do costume. Como se sempre nela houvesse este perfume De vento leste e Primavera, A sombra dos muros espera Alguém que ela conhece. E às vezes, o silêncio estremece Como se fosse a hora de passar alguém Que só hoje não vem.