Os espelhos acendem o seu brilho todo o dia Nunca são baços E mesmo sob a pálpebra da treva Sua lisa pupila cintila e fita Como a pupila do gato Eles nos reflectem. Nunca nos decoram Porém é só na penumbra da hora tardia Quando a imobilidade se instaura no centro do silêncio Que à tona dos espelhos aflora A luz que os habita e nos apaga: Luz arrancada Ao interior de um fogo frio e vítreo.