Aos deuses supúnhamos uma existência cintilante Consubstancial ao mar à nuvem ao arvoredo à luz Neles o longo friso branco das espumas o tremular da vaga A verdura sussurrada e secreta do bosque o oiro erecto do trigo O meandro do rio o fogo solene da montanha E a grande abóbada do ar sonoro e leve e livre Emergiam em consciência que se vê Sem que se perdesse o um-boda-e-festa do primeiro dia - Esta existência desejávamos para nós próprios homens Por isso repetíamos os gestos rituais que restabelecem O estar-ser-inteiro inicial das coisas - Isto nos tornou atentos a todas as formas que a luz do sol conhece E também à treva interior por que somos habitados E dentro da qual navega indicível o brilho