(Inspirado em William Blake) Leão! Leão! Leão! Rugindo como o trovão Deu um pulo, e era uma vez Um cabritinho montês. Leão! Leão! Leão! És o rei da criação Tua goela é uma fornalha Teu salto, uma labareda Tua garra, uma navalha Cortando a presa na queda. Leão longe, leão perto Nas areias do deserto.  Leão alto, sobranceiro Junto do despenhadeiro. Leão na caça diurna Saindo a correr da furna. Leão! Leão! Leão! Foi Deus que te fez ou não? O salto do tigre é rápido Como o raio; mas não há Tigre no mundo que escape Do salto que o Leão dá. Não conheço quem defronte O feroz rinoceronte. Pois bem, se ele vê o Leão Foge como um furacão. Leão se esgueirando, à espera Da passagem de outra fera... Vem o tigre; como um dardo Cai-lhe em cima o leopardo E enquanto brigam, tranquilo O leão fica olhando aquilo. Quando se cansam, o leão Mata um com cada mão. Leão! Leão! Leão!  És o rei da criação!