Tríplice Diadema

Castro Alves

No álbum de EUGÊNIA CÂMARA O ETERNO estatuário do infinito Pega um dia do mármore... e sacode Qual Fídias o cinzel, Cava o buril abismos de beleza... Surge a forma sutil como de Haidéia — Deus se fez Rafael. Contempla o Eterno sua obra e pasma... Pensa e medita... após mergulha os dedos Em abismos de luz... — Pega uma estrela, pousa-te na fronte Deu-te o poder de devassar os orbes E os páramos azuis ... O que é mais do que a estátua e o gênio?... O anjo! Ouve-se além, da terra se levanta Um gemido de dor. Qual de Pigmalião, de Deus um pranto Rolou no seio da Madona pálida Foi a gota do amor Tens a beleza de uma Vênus grega! Tens o gênio de Safo, ardente, mística! De um anjo o coração! Só tu cinges o Tríplice diadema — — A beleza nas formas, — nalma o gênio — E no seio — a paixão!...