A rainha D. Maria I

Alvarenga Peixoto

Expoem Thereza acerbas mágoas cruas, E á briosa nação de furor tinta Faz arrancar da generosa cinta O reflexo de mil espadas nuas. Arrasta e pisa as ottomanas luas, E por mais que Neptuno o não consinta, A heroina do norte faz que sinta O peso o mar Egeo das quilhas suas. Seus nomes no aureo templo a fama ajunta; Mas pintar seus estragos não se atreve, Ao seu Danubio, ao mar Negro o pergunta: Lusitania aos céos muito mais deve: Quea rege, como aos povos d’Amathunta, Freio de rosas posto em mãos de neve.