INGRATA! E fazes milagres
E não crês em ti sequer.
Vê, teu riso quebra as lousas,
Eu sou Lázaro, mulher.
Tu me perguntas, formosa,
Se a alma tem outra flor...
Se revive murcha a rosa...
Se renasce morto o amor...
Ingrata! pois tu duvidas?
Do influxo do teu poder!...
Minhalma é planta aquecida
Nos teus sorrisos, mulher.
Ingrata! Tu que dás vida
Não vês sequer teu poder!...
Olha-me! Eu vivo, querida!...
Eu sou Lázaro, mulher!
Eu era a triste crisálida,
Tu foste a luz do arrebol!...
Minhalma desperta válida
Aos raios da luz do sol!...
Ingrata! Inda assim duvidas
Do influxo de teu poder...
Vês, minhalma? É borboleta
Que tu salvaste, mulher.
Ingrata! E fazes prodígios
E não crês em ti sequer!...
Minha alma é lousa florida
Aos teus afagos, mulher!