Ó luas de Botafogo
Luas que não voltam mais
A se masturbarem nuas
Sobre o flúmen dessas ruas
Minhas ruas transversais.
Ó transversais, ó travessas
Sombrias, sentimentais
Cheias de escuros propícios
Aos incansáveis inícios
Do adolescente Vinicius
Da Cruz de Mello Moraes.
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Ó Escola Afrânio Peixoto
Que me ensinaste a paixão:
Que é da menina sardenta
Que um dia me deu um beijo
Na hora da elevação?
Ah, que coisinha sedenta...
Ah, que brinquedos de mão!
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Ó rua Dona Mariana
Que me fazias sofrer
Ao som triste da pavana
Ao piano no entardecer...
Ó Colégio Santo Inácio
Onde me bacharelei!
Ah, se meu verso contasse
As confissões que não fiz
As preces que não rezei...