Santa Maria tem terras
Como outras iguais não há
Tem pastagens, tem florestas
Onde canta o sabiá
Deus permita que, voltando
Muito mais tempo eu lá fique
"Gozando" a couve mineira
E o Ford do Vanderlique
Que lugar, Santa Maria!
Que fazendeiros seus donos!
Que fome, meu Deus, de dia!
De noite, Deus meu, que sono!
Tão pertinho de Resende
(Onde impera o falatório...)
A fazenda é como um céu
Ao lado de um purgatório
E como em todos os céus
Que têm a sua rainha
Lá reina, cheia de graça
Nossa Senhora... Francinha
Como é bom, de tarde, ver-se
Junto de seu Robiches
O Carlos pintar o sete
Murmurando o seu dê-dê!
Como é gostoso de andar-se
Por trás das "casuarinas"
Entre o correr dos meninos
E a falação das meninas!
Ó terra de mil primores
Cheia de doce beleza
Muito melhor que os Sabóia
Sem igual na redondeza
Nossas vacas têm mais leite
Nossos paióis têm mais milho
Nossos currais, mais fartura
E nossas éguas mais filho.
Deus não permita que eu morra
Sem que possa lá voltar
Para ver todos os dias
O Miguel tratando o Zar
Para assistir bem de longe
As belas éguas de pólo
Que me deram um belo susto
E deram com o Zé no solo
Dia virá, com certeza
Que me verá por aqui
Saudando tanta beleza
Com o grande gesto do Guy
Brincando com Gilda e Bumba
Junto com a Zuleica e o Zé
Fazendo meus mexericos
No terreiro de café
Tocando minha viola
Para a Lili e a Bebê
Bebendo a cerveja preta
Que me dá, seu Rabiches
Passando o dia na flauta
Andando de cá para lá
Correndo pelas campinas
Atrás de maracujá