Sinos de Oxford

Vinicius de Moraes

Cantai, sinos, sinos  Cantai pelo ar  Que tão puros, nunca  Mais ireis cantar  Cantai leves, leves  E logo vibrantes  Cantai aos amantes  E aos que vão amar.  Levai vossos cantos  Às ondas do mar  E saudai as aves  Que vêm de arribar  Em bandos, em bandos  Sozinhas, do além  Oh, aves! ó sinos  Arribai também!  Sinos! dóceis, doces  Almas de sineiros  Brancos peregrinos  Do céu, companheiros  Indeléveis! rindo  Rindo sobre as águas  Do rio fugindo...  Consolai-me as mágoas!  Consolai-me as mágoas  Que não passam mais  Minhas pobres mágoas  De quem não tem paz.  Ter paz… tenho tudo  De bom e de bem...  Respondei-me, sinos:  A morte já vem?