Eu às vezes acordo e olho a noite estrelada E sofro doidamente. A lágrima que brilha nos meus olhos Possui por um segundo a estrela que brilha no céu. Eu sofro no silêncio Olhando a noite que dorme iluminada Pavorosamente acordado à dor e ao silêncio Pavorosamente acordado! Tudo em mim sofre. Ao peito opresso não basta o ar embalsamado da noite Ao coração esmagado não basta a lágrima triste que desce, E ao espírito aturdido não basta a consolação do sofrimento. Há qualquer coisa fora de mim, não sei, no vago Como que uma presença indefinida Que eu sinto mas não tenho. Meu sofrimento é o maior de todos os sentimentos Porque ele não precisou a visão que flutua E não a precisará jamais. A dor estará em mim e eu estarei na dor Em todas as minhas vigílias... Eu sofrerei até o último dia Porque será meu último dia o último dia da minha mocidade. ---